Joan as Police Woman
Joan Wasser and Timo Ellis
Casa da Música
17 Outubro 2009
Joan é uma personagem estranha (ainda bem). Tão depressa interrompe o silêncio tenso da sala com uma gargalhada histérica como faz questão de provocar ainda mais tensão fazendo ouvir a sua própria respiração um tanto ofegante. Não sei se é da proximidade que a Sala 2 confere entre músicos e audiência, certo é que o concerto se desenrolou com uma naturalidade e transparência pouco habituais. Gosto quando os músicos não se inibem de afinar instrumentos, ajustar efeitos, preparar a interpretação sem disfarces (a Joan colocou sem cerimónia fita-cola nas alças do vestido que lhe caíam e o simpático Timo até trouxe para o palco a cadeira que faltava).
Ver a dois metros de distância a Joan interpretar daquela forma tão intensa aqueles temas ora de uma provocação enérgica, ora de uma contenção aflitiva é uma espécie de experiência paranormal. O novo tema apresentado por Joan à guitarra eléctrica, com o acompanhento quase meramente presencial de Timo, intitulado "Flash", foi assustadoramente arrepiante.
No final, os dois músicos desceram para autografar o album Cover (apenas disponível nos concertos - formato "Old school" como disse a própria), e onde Joan continuou a acentuar uma insanidade que só lhe fica bem.
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